Protopia Wiki
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Basta ter olhos para ver como nos encaminhamos a passos largos novamente para a distopia. E não parece haver qualquer ruptura entre as práticas autoritárias disto que hoje chamam "democracia representativa" se comparada às práticas autoritárias daquilo que foi chamado "ditadura militar". A morte, a tortura e a censura se tornaram mais eficazes assim como se tornou comum o colaboracionismo da imprensa através dos cercos midiáticos e da propaganda autoritária.

Quem quer que se soerga em busca de verdadeira Justiça, Justiça com J maiúsculo - Justiça Social (em tudo tão diferente dessa pequena (in)justiça rota que se afasta de toda legitimidade se agarrando às leis) há de topar em seu caminho com a mão forte da tirania por trás das leis, que calça como uma luva o chamado "Estado de Direito".

A perseguição se dá de formas distintas em cada região deste grande país. No norte os novos coronéis, senadores engravatados de Brasília, seguem executando sem discrição ou medo de represália através de sua polícia política - jagunços de distintivo - quem quer que possa atrapalhar seus planos escusos. Este foi o destino do ativista libertário Crystian Paiva executado pela polícia em Roraima lutando por educação de qualidade para a população desatendida.

Na capital do país neste dia 9 de dezembro a liberdade de manifestação foi mais uma vez atropelada pelos cavalos da tropa de choque: pessoas em um protesto legítimo contra a corrupção das máfias sedentas por propinas dos parlamentares "democraticamente eleitos", foram tratadas com todo desprezo possível pelas autoridades, como se representantes corruptos fossem as verdadeiras vítimas e a ameaça estivesse na passoa dos manifestantes.

Nas regiões sul onde a luva do estado de direito esconde uma mão viscosa de unhas negras, também lá os capitalistas e estadistas, estas criaturas vis se travestiram de vítimas, um meio fortuito de dar cabo das liberdades alheias. É justamente através do estado de direito que nossa liberdade de expressão desaparece. Através de processos judiciais por calúnia, injúria e difamação movidos por pessoas públicas e instituições visivelmente corrompidas à ativistas libertários e formadores de opinião. É o caso da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crucius, a perseguir "judicialmente" os militantes da Federação Anarquista Gaúcha que alardeiam seus muitos envolvimentos em casos de corrupção. Mas também é a conduta do jornal diário Zero Hora, através do fotógrafo fantoche Ronaldo Bernardi, a atormentar "legalmente" o jornalista Wladimir Ungaretti impedindo-o de evidenciar as inúmeras mentiras com as quais este jornal defende interesses escusos.

Mas não só nossa voz está sendo calada a força, as pessoas que se soerguem em busca de Justiça também estão sendo impedidas de se organizarem em torno daquilo que acreditam, ou de lutarem contra a corrupção do capital e do estado. Formação de quadrilha foi outra acusação sob a qual foram indiciados os libertários da FAG. Esta acusação abre um perigoso precedente para que destruam outra liberdade de grande valor, a de nos reunirmos, de compartilharmos perspectivas outras que não aquelas viciosas presentes em jornais, rádios e em televisão.

É nessa dança de leis e palavras que capitalistas e estadistas, autoritários e outras criaturas vis avançam com seu projeto, sua nova modalidade de fascismo mal-dissimulado que defende o "livre mercado" as vezes por meio do "estado de direito" em busca da coerção física e mental das pessoas.

Incapazes de reagir a maré de depravação de lobbys corporativos, campanhas eleitorais e outros absurdos da baixa política, onde será que iremos acabar?! Até quando deixaremos estas cobras crescerem de baixo de nossas camas? Ou será que também já podemos começar a preparar velório e caixão para outras de nossas liberdades?

O futuro é definido pelo que fazemos hoje.


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