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Planos de Aceleração do Crescimento, eis a última piada federal, uma piada que pretende transformar o território brasileiro num vasto parque industrial para alegria de industriais e latifundiários, em detrimento do espaço vital das populações pobres, povos indígenas, fauna e flora.

BRASIL PAIS DE TOLOS

Os Planos de Aceleração do Crescimento vêm sendo festejados pela elite política e empresarial do Brasil, há editais nos principais jornais em sua defesa e condenações sumárias de qualquer um que falem contra eles. Nos últimos anos a mídia comercial tem trabalhado incessantemente para convencer o cidadão comum - pagante de impostos, trabalhador e votante - que estes planos seriam supostamente de interesse nacional porque visam supostamente o bem comum. A estratégia é antiga e já foi desmascarada antes pelo historiador libertário Howard Zinn no contexto dos Estados Unidos: fabricar consenso em relação ao que seria de "interesse nacional", enganar as populações prometendo um futuro melhor para todos ao mesmo tempo em que são defendidos e assegurados os interesses de alguns grupos de elite.

Diz-se, por exemplo, que a energia gerada pelas centenas de hidroelétricas construídas alimentarão as residências dos brasileiros, que as novas barragens servirão para suprir as populações, os homens e mulheres simples da cidade e do campo, com água, que as rodovias criadas e duplicadas possibilitarão transporte mais eficiente e barato a todos, e que todas essas obras gerarão empregos e progresso. A verdade está muito distante do que está sendo dito: a energia criada pelas hidroelétricas será destinada quase que exclusivamente para indústrias pesadas de interesse do setor empresarial, as barragens servirão para irrigar novas monoculturas de soja e eucaliptos cujos interessados são corporações como a Fibria e ruralistas plantadores de transgênicos, a estradas garantirão grandes somas de dinheiro ao governo através de licitações, escoamento dos produtos, e maiores possibilidades de especulação imobiliária. Ao contrário dos empregos gerados que não chegarão a um milhar, o progresso com certeza virá na forma de milhões, mas apenas para as elites capitalistas, senhores dos campos e das fábricas que terão muito mais para exportar. Os estadistas por sua vez, terão muito a lucrar com seus esquemas de corrupção, caixas dois e contribuições para campanhas eleitorais futuras - Uma mão lava a outra.

A hipocrisia do governo federal não tem fim. Lula, cujos tentáculos populistas se enamoram de outros tentáculos, se encontra com empresários, reforça boatos sobre ameaças de ONGs estrangeiras e ignora o apelo das populações indígenas furiosas e amedrontadas frente a possibilidade de ver seu mundo submergir sob a água de hidroelétricas que jamais desejaram ou precisaram. O mundo das leis se mostra cada vez mais maleável na medida em que o capital faz valer seus interesses como uma praga de gafanhotos transformar produto a ser comercializado tudo o que existe sobre a terra.

450px|rightQualquer um que tiver acesso aos relatórios do PAC2 verá a posição em que o governo e seus marqueteiros colocam a população de "trabalhadores votantes". Ilustrações sorridentes de um plano maior, idiotizadas, prontas para colaborar com seus senhores na construção de um brasil maior! De um brasil melhor! Em suma brasil, um país de tolos! É isso que pensam os governantes e seus parceiros empresários sobre as massas. O desenvolvimentismo papagaiado por gente simples e manipulada logo se faz ecoar entre aqueles que nunca são beneficiados mas passam a vida toda acreditando tolamente nessa possibilidade eternamente futura. O espetáculo e o assistencialismo são novamente as armas destas elites para garantir que as massas permaneçam serenas - A milênios pão e circo garantem a subserviência de populações subjugadas.

A nós, aqueles que se esforçam por permanecerem livres de toda essa manipulação, sobram motivos para combater as políticas destes Planos de Aceleração do Crescimento: Ele é como uma aliança de bodas consolidando o amor entre o capitalismo e o estado no país do carnaval. Uma aliança que mereceria um nome mais apropriado - Plano de Aceleração do Colapso. Nenhuma medida burocrática ou espetacular conseguirá fazer frente a esta avalanche de "crescimento econômico" de interesse da ganância capitalista. Nenhuma manifestação conseguirá aplacar a sede de progresso e desenvolvimento destas corporações. Estou convencido que somente através da sabotagem e dos ataques ocultos poderemos atingir os grupos que defendem esta agenda desumana capitalista. Resta saber se teremos coragem de fazê-lo ou assistiremos sentados esses homens comercializarem hoje o mundo destinado às futuras gerações.

Para os mais despertos, aqueles a quem o progresso tradicionalmente buscou atropelar como os indígenas do Brasil, não existe outra opção a não ser lutar de todas as formas contra um estado que os desconsidera, até o último de seus guerreiros. É não só possível como também provável que no futuro sejamos nós, e não eles, a ocuparmos esta posição. Por que não fazermos algo hoje?


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