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AIT - Associação Internacional dos Trabalhadores


(Original em Inglês)


((carece de revisão))

Kropot proces

O manifesto a seguir provido por um grupo de anarquistas durante sua experiência em Lyon, na França, 1883. Mais de 60 suspeitos anarquistas foram acusados de pertencer à Associação Internacional dos Trabalhadores[1], que havia sido proibida após a repressão na Comuna de Paris[2]. Os signatários incluem Peter Kropotkin, Emilie Gauther, Joseph Bernard, Pierre Martin e Toussaint Bordat. A figura ao lado mostra Kropotkin interrogando o chefe da polícia secreta francesa de Lyon. Apesar da falta de qualquer real evidência, os acusados foram condenados como ordenado. Kropotkin e três outros acusados foram sentenciado à 5 anos de prisão, 10 anos de vigilância policial, privação de suas liberdades civis por cinco anos e multa de 1.000 francos cada. Os outros receberam sentenças menores. A experiência de Kropotkin na prisão foi relatada em seu livro, "As Prisões" (1887).


Manifesto dos Anarquistas[]

O que é anarquia e o que são os anarquistas?

Anarquistas são cidadãos que, em um século onde a liberdade de expressão é pregada em todo lugar, acreditam que é seu direito e dever recorrer à liberdade ilimitada.

Ao redor do mundo há poucos milhares de nós, talvez poucos milhões, para não termos outra virtude além de dizer alto o que a multidão pensa. Nós somos alguns milhões de trabalhadores que clamam por liberdade absoluta, nada além de liberdade, toda a liberdade.

Nós queremos liberdade; nós reinvidicamos a todo ser humano o direito de fazer qualquer coisa que lhe agrada e os meios para fazê-lo. Um pessoa tem o direito de satisfazer todas as suas necessidades completamente, sem nenhum outro limite senão as impossibilidades naturais e as necessidades de seus semelhantes, que devem ser respeitadas igualmente a dele.

Nós queremos liberdade, e acreditamos que sua existência é incompatível com todo e qualquer poder, não importa qual sua origem e forma, não importa se foi eleito ou imposto, monárquico ou republicano, inspirado no direito divino, direito popular, óleo santo, ou sufrágio universal.

A história nos ensina que todo governo é como qualquer outro, e que todos merecem o mesmo. Os melhores são os piores. Em alguns há mais cinismo, em outros mais hipocrisia, mas no fundo são sempre as mesmas maneiras de agir, sempre a mesma intolerância. Não há governante, incluindo os que parecem ser mais liberais, que não tem na poeira de seus arsenais legislativos alguma boa lei sobre a Primeira Internacional para usar contra alguma oposição inconveniente.

O mal, aos olhos dos anarquitas, não habita em uma forma de governo ao invéz de outra. O mal reside na própria idéia do governo. O princípio de autoridade é mal.

Nosso ideal de relações humanas é a substituição do contrato livre, perpetuamente aberto à revisão ou cancelamento, no lugar da tutela administrativa e jurídica e disciplina imposta.

Anarquistas propõem ensinar as pessoas a viver sem o governo como já estão aprendendo a viver sem Deus.

Os anarquistas também irão ensinar as pessoas a conviver sem propriedade privada. Na verdade, o pior tirano não é aquele que te trava; é aquele que te faz morrer de fome. O pior tirano não é aquele que te pega pela coleira, mas aquele que te pega pela barriga.

Nenhuma liberdade sem igualdade! Não há liberdade em uma sociedade onde o capital é monopolizado nas mãos de uma pequena minoria, em uma sociedade onde nada é dividdo igualmente, não só a educação pública, que é paga com o dinheiro de todos.

Nós acreditamos que o capital é patrimônio comum da humanidade, pois ele é fruto da colaboração entre as gerações passadas e presentes, e que deveria ser colocado à disposição de todos para que ninguém seja excluído e ninguém possa acumular uma parte dele em detrimento de outros.

Em uma palavra, o que nós queremos é igualdade. Queremos igualdade real como o corolário da liberdade, certamente como condição preliminar e essencial.

De cada um segundo suas capacidades; a cada um segundo suas necessidades.

Isso é o que queremos; é a isso que nossas energias são dedicadas. É o que deve ser, porque nenhuma limitação pode prevalecer contra afirmações que são legítimas e necessárias. É por isso que o governo deseja desacreditar-nos.

Canalhas que nós somos, reivindicamos o pão para todos, conhecimento para todos, trabalho para todos, independência e justiça para todos.


Referências

  1. a Primeira Internacional: Anarquismo, Volume Um: Da Anarquia ao Anarquismo(300CE-1939), Capítulos 5 & 6
  2. 1871: Anarquismo, Volume Um, Capítulo 7



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