verão de 1918
Gabriel D'Annunzio, poeta Decadente, artista, músico, esteta, mulherengo, pioneiro aeronauta malabarista, mago negro, gênio e imoral, emergiu da Primeira Guerra Mundial como um herói com um pequeno exército ao seu dispor e comando: os "Arditi". Sentindo falta de aventura, ele decidiu capturar a cidade iuguslava de Fiume e dá-la à Itália. Depois de uma cerimônia necromântica com sua amante em um cemitério em Veneza, ele partiu para conquistar Fiume, e conseguiu com poucos problemas a se mencionar. Mas a Itália recusou sua oferta generosa; o Primeiro-Ministro lhe chamou de tolo.
Num acesso de raiva, D'Annunzio decidiu declarar independência e ver como ele conseguia se safar desta. Ele e um de seus amigos anarquistas escreveram a constituição, que declarava a música como se o princípio central do Estado. A Marinha (composta de desertores e sindicalista marítimos de Milão) se nomeou Uscochi, em homenagem aos piratas há muito desaparecidoas que viviam em ilhas extraterritoriais e atacavam barcos Venezianos e Otomanos. Os Uscochi modernos obtiveram sucesso em alguns golpes radicais - vários navios mercantes italianos ricos deram à República um futuro: dinheiro nos cofres! Artistas, boêmios, aventureiros, anarquistas (D'Annunzio se correspondia com Malatesta), fugitivos e refugiados expatriados, homossexuais, dândis militares (o uniforme era negro com a caveira e ossos cruzados dos piratas - mais tarde roubado pela S.S.), reformistas excêntricos de todas as correntes (incluindo Budistas, Teosofistas e Vedantistas) começaram a aparecer em Fiume em ondas. A festa nunca terminava. Todas manhãs D'Annunzio lia poesia e manifestos de sua sacada; toda manhã um concerto, depois fogos de artifício. Isto constituía todas as atividades do governo. Dezoito meses mais tarde, quando já tinha acabado o vinho e o dinheiro e a marinha italiana finalmente apareceu e disparou alguns tiros contra o Palácio Municipal, ninguém tinha energia para resistir.