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(E finalmente! O ataque de F. Markato em todo o negócio:)
EIS A CIÊNCIA POPULAR!

Sim, o problema foi solucionado
Mas eu nunca o vi comprovado.
Outra pessoa, mas não eu,
Aterrissou na lua.
― Sera White, "A Momentary Gain of My Loss; or, Fragments"

Não há nada errado com as ferramentas, com a tecnologia e com a ciência. Como uma espécie, não somos nada senão os inventores e construtores de nosso mundo; mas como indivíduos, temos a capacidade de determinar que mundo nós queremos, e contruí-lo nós mesmos. Quando fazemos isso, nós agarramos a aventura, a invenção... a inventura! que é nosso direito de nascença. Isto é ciência popular.
Ciência popular não é algo novo, é tão velha quanto a humanidade ― jalecos de laboratório, o método científico, e a tecnologia centralizada de cima-para-baixo é que são novidades. Enquanto progredimos, nós aprendemos a ver essas coisas como aberrações da criatividade científica inata que é parte de cada pessoa. Como cientistas populares, veremos que a ciência consensual, com suas explicações e soluções universais, nos ensinou a desconfiar de nossa própria engenhosidade, criatividade e intuição.

Ciência Popular Vs. "O" Método Científico

O método científico é uma linguagem e formato universal para a experimentação. Entre outras coisas, o método científico é uma forma de apresentar os resultados da pesquisa de um cientista para que eles sejam acessíveis a outros cientistas. Então o método científico age como uma rede, combinando os esforços de cientistas do mundo todo. Usando essa poderosa ferramenta Babilônica, cientistas cooperam para superar todas nossas necessidades e nos levar à sua modernidade cada vez mais rápido e de forma mais eficiente.
Como um fenômeno criado pelo método científico, a modernidade nos diz que não há utilidade em repetir. Essa visão é a fonte do freqüentemente ouvido comentário "isso já foi feito", uma condenação à morte de um ato científico. Usado desta forma, o método científico se torna um método que encoraja o progresso do grupo acima do progresso do indivíduo.
Então nossa crítica de "O Método Científico" não é à "Ciência" pois ela é uma ferramenta fundamental de nossas espécie, não é ao "Método" pois o método é a aplicação da ciência, mas é o "O" o culpado dos crimes. A tirania do "O" é parte de uma linguagem que tenta unificar a diversidade da curiosidade humana e forçá-la em uma única técnica investigativa e, ao fazê-lo, decepciona tanto a ciência quanto a humanidade.

Ciência Popular e Arte

Em suas raízes, arte e ciência são o mesmo. Ambas as buscas usam a observação e a experiência que são parte de todas a vidas como uma base do pensamento criativo, engenhosidade e e produção. Mas como a ciência se universalizou e se agrupou nas mãos de uma minoria, ela passou a alienar a maioria.
A alienação da ciência consensual também contaminou a arte. Da Pintura Color Field à merda enlatada, a arte se tornou um jogo interminável do isso-já-foi-feito. Esse processo é encorajado quando críticos e historiadores que adoram a lógica, a ordem e seus empregos apoiam a arte que contribui para o progresso linear da história da arte. Isto é arte no modo tecnológico.
Em face a um sistema que se importa somente com o produto final, cientistas populares reclamam os processos de descoberta artística e científica como inerentemente valiosos. Cientistas populares vêem a beleza, aventura e relevância de reinventar a roda. Então uma frase como "isso já foi feito" não significa nada para o cientista popular, que responderá: "não por mim". Vendo a invenção como uma brincadeira, cientistas populares ficam livres da tradição de progresso linear que roubou a criatividade dos não iniciados e fez da ciência e da arte um sacerdócio inalcançável.

A Ciência Popular do Amor

Cientistas profissionais se tornaram intermediários entre nós e o nosso mundo; mas hoje em dia esse intermediários são encontrados por tudo. Esses doutores, designers, evangelistas e psicólogos são uma casta de sacerdotes no ramo de conectar os indivíduos inferiores com o universo, a saúde, deus, felicidade, e até mesmo o amor.
Eu gosto de pensar que, se eu nunca tivesse visto um beijo na televisão, eu teria acabado descobrindo essa interação bizarra, mas não tenho como saber. Estamos tão saturados de ícones de amor na grande mídia, que, como a ciência e a arte, este impulso natural se torna o assunto de experts. Esses atores vaidosos e estrelas pornô nos deixam brincar com nossos corpos estranhos, por linhas tortas e com luz inadequada, e então sobem no palco para nos mostrar como é que se faz. O maior feito dos amantes é transcender o bombardeio de imagens brilhosas e encontrar o seu próprio caminho.

Eis a Ciência Popular...

...onde encontrar nosso próprio caminho é uma prática diária. Aqui, não é tarde demais para inventar o avião, a bicicleta, o beijo. Aqui, há espaço para pesquisas com gravidade, câncer, psicologia e formigueiros. Aqui, incrédulos, nós partimos para descobrir se o mundo é redondo ― e descobrir que ele não o é.
Então não use seu dinheiro, que se gasta como sola de sapato. Use a sua ingenuidade, que é viva e fica mais aguçada com o uso ― use seu tempo, que, junto com a ingenuidade, parece cada vez mais abundante ― use sua vida, o única posse que você pode guardar egoisticamente e doar graciosamente ao mesmo tempo.

Pense, crie, distribua e destrua!

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