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Quero minha parte em polvora


"Não vou à Bienal, se for passo mal". Transeunte

"As pessoas precisam mais do que arte. Precisam de fogo e esperança.". V de Vingança


Ao entrar numa bienal, verás um curta-metragem sob masturbação. Caminhe pelo corredor e verás um mar de papel a tua direita. Siga pelo corredor da esquerda e verás lâmpadas iluminando o último conceito em ambiente. Isso resume tudo. A Bienal é masturbação, é um mar de papel e é uma exposição de decoração para a alta classe social disposta a contratar o que há de mais "conceitual" para deixar a "sociedade" babando pelos seus palacetes. A Bienal é o símbolo máximo do fracasso da arte. A arte, por sua vez, como representação do real, fracassada, deixa claro que falhamos enquanto sociedade.


Sadbienal

Mas voltemos um pouco. Para entender como chegamos a isso, temos de lembrar o que é ARTE. Arte, caros amigos, é uma forma explícita de dizer algo. Por exemplo: se alguém falar que "se sente mal", o interlocutor permanecerá totalmente indiferente. Mas esse alguém pode dizer isso de uma forma que ofereça uma amostra de seus sentimentos. Essa amostra é a arte. A arte é o eufemismo estético do mundo da vida. Se falar não resolve, nos comuniquemos de uma forma mais FORTE.


É claro que a arte não serve só para dizer que nos sentimos mal. As vezes serve também para dizermos como achamos isso ou aquilo bom ou ruim, como nos sentimos em relação ao sexo, a sociedade, ao amor, ao ódio, etc. Pois bem, você está na Bienal. O que o artista está te dizendo? NADA. A verdade é que por trás do discurso de "toda interpretação é válida" temos um artista que não tem nada pra dizer - "Viva o vazio semântico! Significantes sem significado!" Ele está submetido às regras do jogo, e as regras do jogo são: por mais que te sintas mal em relação a tudo, mantenha a ordem "natural" das coisas se expressando, mas ainda assim não dizendo absolutamente nada de novo. Assim, a bienal é o símbolo do nosso fracasso enquanto civilização: nos enredamos numa trama tão maldita que sequer podemos imaginar nossa vida fora dela. Não temos mais o que expressar porque não vivemos mais e sim somos marionetes das regras implícitas do jogo.


Vou ser retórico: qual a forma mais contundente que temos para dizer "Eu odeio essa ordem das coisas!"? Simples: explodindo tudo. A destruição é, acima de tudo, uma arte. É, acima de tudo, comunicação clara, objetiva, explícita, forte e, creia-me, BELA. Pense num banco em chamas, com toneladas de papel voando pelas janelas. É um crime? Só se você enxerga pelos olhos do banqueiro ou do estado. Se você é só mais um explorado, então isso é arte! A arte deixou de existir com as bienais porque foi criminalizada! Pense na beleza do marco histórico humano onde as pessoas dizem "NÓS NOS SENTIMOS MAL COM O SISTEMA FINANCEIRO". Essa frase parece idiota, mas ela vira uma frase perene, se materializa, impacta, e será lembrada, quando um banco inteiro queima.


Pense: não podemos construir nossa civilização por mero acréscimo de novas coisas às antigas. Algo deve queimar para dar lugar ao novo. Mas é necessário separar o que é violência (contra seres humanos) da destruição do que não queremos como sociedade. Por mais que pareça interessante dar uma boa surra em alguns, devemos ter em mente que o problema não são eles, mas o que eles defendem. Os bancos, as bienais, o sistema. Este deve queimar e não as pessoas: um banco vazio pegando fogo não pode sofrer violência, ele não está vivo, é só um banco, um símbolo de muito do que não queremos. Temos de mudar a estrutura. algumas coisas como bancos e bienais devem queimar!



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