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Os habitantes "aboriginais",de ancestrais malaios e polinésios miscigenados, podem não ter chegado antes do século XIV; se eles encontraram e absorveram algum grupo mais antigo, não se sabe. Presume-se que esses povos eram "pagãos" de algum tipo; indícios de sua língua sobrevivem em nomes de lugares, terminologia das artes e ofícios, etc., ainda que o atual dialeto consista em uma mistura perturbadora de linguagem indonésia, sulauês, espanhol, holandês e inglês. (Aparentemente, teatro e poesia interessantes estão hoje sendo compostos no "idioma" sonsoroleano). Tudo o que resta do período "pré-histórico" ou pré-Moro é uma enigmática ruína perto do topo de uma cachoeira na subida do Monte Sonsorol (ver Excursão à cidade de Sonsorol).

Natives sonrosol

Nativos aborígines

Em meados do século XVII, Sonsorol foi invadida por piratas de Sulu, que se auto denominavam Moros ("Mouros", isto é, muçulmanos) apesar de suas tripulações incluírem diaques [1] do mar, bugis [2] das ilhas Célebes, javaneses e outras figuras do leste asiático. Seu almirante semilendário, o sultão Ilanun Moro, estabeleceu-se com alguns de seus seguidores — os quais formaram assim uma "aristocracia" insulana medíocre. O islamismo foi adaptado de forma bastante branda pelos Moros de Sonsorol: eles ignoravam a rigidez da Lei Divina eles ignoravam e o analfabetismo os mantinha na ignorantes sobre o Alcorão. Como beduínos do mar, a religião servia a eles como uma nova identidade étnica e um pretexto para pilhar suas vítimas "infiéis".

Tendo Sonsorol como base, eles continuaram sua predação e ficaram razoavelmente ricos — e finalmente adquiriram uma pitada de cultura. No final do século XVIII e começo do XIX o critério dos javaneses prevaleceu e sufis indonésios visitaram a ilha.

Infelizmente nenhum vestígio arquitetural desta "Época de Ouro" sobreviveu à invasão e à conquista pela forças espanholas sob o comando do governador das Filipinas, Narciso Clavería y Zaldua, em 1850. Os sultãos de Sonsorol foram praticamente os últimos dos piratas Moros a serem dominados e os conquistadores impuseram-lhes um regime colonial destrutivo e predatório, incluindo conversão religiosa forçada e completa escravidão. Em 1867, porém, os espanhóis já haviam perdido o interesse pela ilha , o que não produzia nada além de copra e desgosto. Os governadores holandeses da Indonésia anexaram Sonsorol ao seu império após uma única batalha superficial. Os nativos consideravam os holandeses um avanço em relação os odiados espanhóis, e a princípio apresentaram poucas objeções — na verdade, muitos se converteram para a Igreja Reformada Holandesa.

Moro

Piratas Moro !

A influência holandesa ainda é forte em Sonsorol. Quase não há famílias na ilha que não tenham sangue europeu. Palavras holandesas sobrevivem no dialeto. O Antigo Bairro da cidade de Sonsorol se orgulham das diversas casas modestas, porém agradáveis no estilo "batavo", com fachadas levantadas e telhados vermelhos. Uma visita à "Catedral" Calvinista e a pequena Sede do Governo também valem a visita.

Neste período a "aristocracia" Moro (aqueles que seguiam sua descendência dos piratas) retrocedeu a seu tipo de islamismo brando. Aos sultões foram conferidos "títulos de cortesia", mas eles permaneceram sem poder e sem dinheiro. A cultura javanesa moldava as suas atitudes, especialmente as artes da música gamelan [3] e da dança, os ensinamentos esotéricos das seitas kebatinans (incluindo artes marciais e bruxaria), e o conceito milenar do "Rei Justo". Fora desta efervescência —uma estranha mistura de proto-nacionalismo revolucionário e fervor místico —o ressentimento para com os holandeses começou a se inflamar.

Em 1907 (o mesmo ano em que os Países Baixos finalmente conquistaram o norte de Sumatra), o sultão de Sonsorol, Pak Harjanto Abdul Rahman Moro I, encenou um trágico e fútil levante contra as forças coloniais. Diz-se que seus seguidores acreditavam ser magicamente invulneráveis a balas. O sultão e outros conspiradores foram executados, o título abolido, e a ilha afundou em depressão, sonolência, indiferença e obscuridade.

No início da Segunda Guerra Mundial, a população de Sonsorol havia caído para cerca de 2000 pessoas, com administração e guarnições militares holandesas que não passavam de cinqüenta pessoas. Em 1942, os japoneses fizeram uma conquista fácil da ilha, mamdando europeus para campos de prisão em Java, construindo algumas casamatas (ainda existentes), deixaram para trás uma força simbólica e partiram para a invasão da Malásia.

Os novos chefes supremos japoneses comportavam-se de maneira severa, quase sádica — se é que se pode dar crédito às histórias ainda contadas em Sonsorol — e um sentimento antinipônico sobrevive até hoje. Em 1945, um único navio tripulado por forças navais neozelandesas e australianas chegou para liberar a ilha. Os japoneses panejaram uma resistência suicida, e a população nativa, liderada pelo sultão Pak Harjanto III (neto do mártir de 1907) — juntou-se a batalha pela liberdade no dia 20 de julho.

O período pós-guerra encontrou Sonsorol com novos mestres coloniais: um Protetorado Misto sob o comando da Austrália e da Nova Zelândia. Uma queda no preço da copra arruinou os últimos resquícios de economia. A emigração aumentou, e em 1952 a população havia caído para menos de mil. O Protetorado, sobrecarregado pela administração de outras ilhas do Pacífico, ignorou Sonsorol, exceto como uma fonte de mão-de-obra barata.

O sultão, herói da libertação, começou a agitar para a independência. Sincero admirador da democracia ocidental, ele acreditava que a liberdade política iria, de alguma forma, resolver os problemas da ilha. Em 1962 o Protetorado permitiu um plebiscito e a maioria expressiva escolheu independência sob uma Monarquia Constitucional. No dia 17 de agosto daquele ano, o Protetorado Misto retirou-se.

Soultan

Sultão Pak Harjanto Abdul Rahman Moro I


Referências

  1. Diaques - Povos do interior da ilha de Bornéu, na Malásia
  2. Bugis - Povo marinheiro e comerciante, forma a maior parte da população da ilha de Célebes, na Malásia
  3. Gamelan - Música folclórica da ilha de Java, essencialmente percussiva, graças à imensa quantidade de instrumentos de percussão, tanto de pele (o tambor que lidera a música, chamado kendang, além do bedug e bonang) quanto de metal (conjuntos de sinos e gongos, como kenong, kempul, gambag e sletem), mas também harmônica, devido à presença de instrumentos de corda (rebab, clempung) e flautas (suling). O gongo, instrumento hoje incorporado à música popular e erudita mundiais, tem sua origem (etmológica, inclusive) na cultura musical gamelan.


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