«""Nosso tempo, sem dúvida . . . prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à
realidade, a aparência ao ser. . . O que é sagrado para ele, não passa de ilusão, pois a verdade está no profano. Ou seja, à medida que decresce a verdade a ilusão aumenta, e o sagrado cresce a seus olhos de forma que o cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado""» | |
(Feuerbach - Prefácio à segunda edição de A Essência do
Cristianismo)
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Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de produção se anuncia como uma imensa
acumulação de espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaça da representação.
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As imagens fluem desligadas de cada aspecto da vida e fundem-se num curso comum, de forma que a unidade
da vida não mais pode ser restabelecida. A realidade considerada parcialmente reflete em sua própria unidade
geral um pseudo mundo à parte, objeto de pura contemplação. A especialização das imagens do mundo acaba
numa imagem autonomizada, onde o mentiroso mente a si próprio. O espetáculo em geral, como inversão
concreta da vida, é o movimento autônomo do não-vivo.
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O espetáculo é ao mesmo tempo parte da sociedade, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
Enquanto parte da sociedade, o espetáculo concentra todo o olhar e toda a consciência. Por ser algo separado,
ele é o foco do olhar iludido e da falsa consciência; a unificação que realiza não é outra coisa senão a linguagem
oficial da separação generalizada.
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O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediatizada por imagens.
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O espetáculo não pode ser compreendido como abuso do mundo da visão ou produto de técnicas de difusão
massiva de imagens. Ele é a expressão de uma Weltanschauung, materialmente traduzida. É uma visão
cristalizada do mundo.
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O espetáculo, compreendido na sua totalidade, é simultaneamente o resultado e o projeto do modo de produção
existente. Ele não é um complemento ao mundo real, um adereço decorativo. É o coração da irrealidade da
sociedade real. Sob todas as suas formas particulares de informação ou propaganda, publicidade ou consumo
direto do entretenimento, o espetáculo constitui o modelo presente da vida socialmente dominante. Ele é a
afirmação onipresente da escolha já feita na produção, e no seu corolário -- o consumo. A forma e o conteúdo do
espetáculo são a justificação total das condições e dos fins do sistema existente. O espetáculo é também a
presença permanente desta justificação, enquanto ocupação principal do tempo vivido fora da produção moderna.
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A própria separação faz parte da unidade do mundo, da praxes social global que se cindiu em realidade e imagem.
A prática social, diante da qual surge o espetáculo autônomo, é também a totalidade real que contém o
espetáculo. Mas a cisão nesta totalidade mutila-a ao ponto de apresentar o espetáculo como sua finalidade. A
linguagem do espetáculo é constituída por signos da produção reinante, que são ao mesmo tempo o princípio e a
finalidade última da produção.
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Não se pode contrapor abstratamente o espetáculo à atividade social efetiva; este desdobramento está ele
próprio desdobrado. O espetáculo que inverte o real é produzido de forma que a realidade vivida acaba
materialmente invadida pela contemplação do espetáculo, refazendo em si mesma a ordem espetacular pela
adesão positiva. A realidade objetiva está presente nos dois lados. O alvo é passar para o lado oposto: a realidade
surge no espetáculo, e o espetáculo no real. Esta alienação recíproca é a essência e o sustento da sociedade
existente.
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No mundo realmente invertido, o verdadeiro é um momento do falso.
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O conceito de espetáculo unifica e explica uma grande diversidade de fenômenos aparentes. As suas
diversidades e contrastes são as aparências organizadas socialmente, que devem, elas próprias, serem
reconhecidas na sua verdade geral. Considerado segundo os seus próprios termos, o espetáculo é a afirmação da
aparência e a afirmação de toda a vida humana, socialmente falando, como simples aparência. Mas a crítica que
atinge a verdade do espetáculo descobre-o como a negação visível da vida; uma negação da vida que se tornou
visível.
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Para descrever o espetáculo, a sua formação, as suas funções e as forças que tendem para sua dissolução, é
preciso distinguir seus elementos artificialmente inseparáveis. Ao analisar o espetáculo, fala-se em certa medida a
própria linguagem do espetacular, no sentido de que se pisa no terreno metodológico desta sociedade que se
exprime no espetáculo. Mas o espetáculo não significa outra coisa senão o sentido da prática total da formação
econômico-social, o seu emprego do tempo. É o momento histórico que nos contém.
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O espetáculo apresenta-se como algo grandioso, positivo, indiscutível e inacessível. Sua única mensagem é «o
que aparece é bom, o que é bom aparece». A atitude que ele exige por princípio é aquela aceitação passiva que,
na verdade, ele já obteve na medida em que aparece sem réplica, pelo seu monopólio da aparência.
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O caráter fundamentalmente tautológico do espetáculo decorre do simples fato dos seus meios serem ao mesmo
tempo a sua finalidade. Ele é o sol que não tem poente no império da passividade moderna. Recobre toda a
superfície do mundo e banha-se indefinidamente na sua própria glória.
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A sociedade que repousa sobre a indústria moderna não é fortuitamente ou superficialmente espetacular, ela é
fundamentalmente espetaculista. No espetáculo da imagem da economia reinante, o fim não é nada, o
desenvolvimento é tudo. O espetáculo não quer chegar a outra coisa senão a si mesmo.
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Na forma do indispensável adorno dos objetos hoje produzidos, na forma da exposição geral da racionalidade do
sistema, e na forma de setor econômico avançado que modela diretamente uma multidão crescente de
imagens-objetos, o espetáculo é a principal produção da sociedade atual.
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O espetáculo submete para si os homens vivos, na medida em que a economia já os submeteu totalmente. Ele
não é nada mais do que a economia desenvolvendo-se para si própria. É o reflexo fiel da produção das coisas, e a
objetivação infiel dos produtores.
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A primeira fase da dominação da economia sobre a vida social levou, na definição de toda a realização humana, a
uma evidente degradação do ser em ter. A fase presente da ocupação total da vida social em busca da
acumulação de resultados econômicos conduz a uma busca generalizada do ter e do parecer, de forma que todo
o «ter» efetivo perde o seu prestígio imediato e a sua função última. Assim, toda a realidade individual se tornou
social e diretamente dependente do poderio social obtido. Somente naquilo que ela não é, Ihe é permitido
aparecer.
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Onde o mundo real se converte em simples imagens, estas simples imagens tornam-se seres reais e motivações
eficientes típicas de um comportamento hipnótico. O espetáculo, como tendência para fazer ver por diferentes
mediações especializadas o mundo que já não é diretamente apreensível, encontra normalmente na visão o
sentido humano privilegiado que noutras épocas foi o tato; a visão, o sentido mais abstrato, e o mais mistificável,
corresponde à abstração generalizada da sociedade atual. Mas o espetáculo não é identificável ao simples olhar,
mesmo combinado com o ouvido. Ele é o que escapa à atividade dos homens, à reconsideração e à correção da
sua obra. É o contrário do diálogo. Em toda a parte onde há representação independente, o espetáculo
reconstitui-se.
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O espetáculo é o herdeiro de toda a fraqueza do projeto filosófico ocidental, que foi uma compreensão da
atividade dominada pelas categorias do ver; assim como se baseia no incessante alargamento da racionalidade
técnica precisa, proveniente deste pensamento. Ele não realiza a filosofia, ele filosofa a realidade. É a vida
concreta de todos que se degradou em universo especulativo.
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A filosofia, enquanto poder do pensamento separado, e pensamento do poder separado, nunca pode por si
própria superar a teologia. O espetáculo é a reconstrução material da ilusão religiosa. A técnica espetacular não
dissipou as nuvens religiosas onde os homens tinham colocado os seus próprios poderes desligados de si: ela
ligou-os somente a uma base terrestre. Assim, é a mais terrestre das vidas que se toma opaca e irrespirável. Ela já
não reenvia para o céu, mas alberga em si a sua recusa absoluta, o seu falacioso paraíso. O espetáculo é a
realização técnica do exílio dos poderes humanos num além; a cisão acabada no interior do homem.
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À medida que a necessidade se encontra socialmente sonhada, o sonho torna-se necessário. O espetáculo é o
mau sonho da sociedade moderna acorrentada, que ao cabo não exprime senão o seu desejo de dormir. O
espetáculo é o guardião deste sono.
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Destituída de seu poder prático, e permeada pelo império independente no espetáculo, a sociedade moderna
permanece atomizada e em contradição consigo mesma.
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Mas é a especialização do poder, a mais velha especialização social, que está na raiz do espetáculo. O espetáculo
é, assim, uma atividade especializada que fala pelo conjunto das outras. É a representação diplomática da
sociedade hierárquica perante si própria, onde qualquer outra palavra é banida, onde o mais moderno é também o
mais arcaico.
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O espetáculo é o discurso ininterrupto que a ordem presente faz sobre si própria, o seu monólogo elogioso. É o
auto-retrato do poder no momento da sua gestão totalitária das condições de existência. A aparência fetichista de
pura objetividade nas relações espetaculares esconde o seu caráter de relação entre homens e entre classes:
uma segunda natureza parece dominar o nosso meio ambiente com as suas leis fatais. Mas o espetáculo não é
necessariamente um produto do desenvolvimento técnico do ponto de vista do desenvolvimento natural. A
sociedade do espetáculo é, pelo contrário, uma formulação que escolhe o seu próprio conteúdo técnico. O
espetáculo, considerado sob o aspecto restrito dos «meios de comunicação de massa» -- sua manifestação
superficial mais esmagadora -- que aparentemente invade a sociedade como simples instrumentação, está longe
da neutralidade, é a instrumentação mais conveniente ao seu automovimento total. As necessidades sociais da
época em que se desenvolvem tais técnicas não podem encontrar satisfação senão pela sua mediação. A
administração desta sociedade e todo o contato entre os homens já não podem ser exercidos senão por
intermédio deste poder de comunicação instantâneo, é por isso que tal «comunicação» é essencialmente
unilateral; sua concentração se traduz acumulando nas mãos da administração do sistema existente os meios que
Ihe permitem prosseguir administrando. A cisão generalizada do espetáculo é inseparável do Estado moderno, a
forma geral da cisão na sociedade, o produto da divisão do trabalho social e o órgão da dominação de classe.
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A separação é o alfa e o ômega do espetáculo. A institucionalização da divisão social do trabalho, a formação das
classes, constituiu a primeira contemplação sagrada, a ordem mítica em que todo o poder se envolve desde a
origem. O sagrado justificou a ordenação cósmica e ontológica que correspondia aos interesses dos Senhores,
ele explicou e embelezou o que a sociedade não podia fazer. Todo o poder separado foi pois espetacular, mas a
adesão de todos a uma tal imagem imóvel não significava senão o reconhecimento comum de um prolongamento
imaginário para a pobreza da atividade social real, ainda largamente ressentida como uma condição unitária. O
espetáculo moderno exprime, pelo contrário, o que a sociedade pode fazer, mas nesta expressão o permitido
opõe-se absolutamente ao possível. O espetáculo é a conservação da inconsciência na modificação prática das
condições de existência. Ele é o seu próprio produto, e ele próprio fez as suas regras: é um pseudo-sagrado. Ele
mostra o que é: o poder separado, desenvolvendo-se em si mesmo no crescimento da produtividade por
intermédio do refinamento incessante da divisão do trabalho na parcelarização dos gestos, desde então
dominados pelo movimento independente das máquinas; e trabalhando para um mercado cada vez mais vasto.
Toda a comunidade e todo o sentido crítico se dissolveram ao longo deste movimento, no qual as forças que
puderam crescer, separando-se, ainda não se reencontraram
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Com a separação generalizada do trabalhador daquilo que ele produz perde-se todo ponto de vista unitário sobre
a atividade realizada, perde-se toda a comunicação pessoal direta entre os produtores. Na senda do progresso da
acumulação dos produtos separados, e da concentração do processo produtivo, a unidade e a comunicação
tornam-se atribuições exclusivas da direção do sistema. O êxito do sistema econômico da separação significa a
proletarização do mundo.
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O próprio êxito da produção separada enquanto produção do separado, experiência fundamental ligada às
sociedades primitivas, desloca-se, no pólo do desenvolvimento do sistema, para o não-trabalho, para a inatividade.
Mas esta inatividade não é em nada liberta da atividade produtiva: depende desta, uma submissão inquieta e
contemplativa às necessidades e aos resultados da produção; ela própria é um produto da sua racionalidade. Nela
não pode haver liberdade fora da atividade. No quadro do espetáculo toda a atividade é negada, exatamente pela
atividade real ter sido integralmente captada para a edificação global resultante. Assim, a atual libertação do
trabalho, o aumento dos tempos livres, não é de modo algum libertação no trabalho, nem libertação de um
mundo moldado por este trabalho. Nada da atividade roubada no trabalho pode reencontrar-se na submissão ao
seu resultado.
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O sistema econômico fundado no isolamento é uma produção circular do isolamento. O isolamento fundamenta
a técnica, e, em retorno, o processo técnico isola. Do automóvel à televisão, todos os bens selecionados pelo
sistema espetacular são também as suas armas para o reforço constante das condições de isolamento das
multidões solitárias. O espetáculo reencontra cada vez mais concretamente os seus próprios pressupostos.
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A origem do espetáculo é a perda da unidade do mundo, e a expansão gigantesca do espetáculo moderno
exprime a totalidade desta perda: a abstração de todo o trabalho particular e a abstração geral da produção do
conjunto traduzem-se perfeitamente no espetáculo, cujo modo de ser concreto é justamente a abstração. No
espetáculo, uma parte do mundo representa-se perante o mundo, e é-lhe superior. O espetáculo não é mais do
que a linguagem comum desta separação. O que une os espectadores não é mais do que uma relação irreversível
com o próprio centro que mantém o seu isolamento. O espetáculo reúne o separado, mas reúne-o enquanto
separado.
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A alienação do espectador em proveito do objeto contemplado (que é o resultado da sua própria atividade
inconsciente) exprime-se assim: quanto mais ele contempla, menos vive; quanto mais aceita reconhecer-se nas
imagens dominantes da necessidade, menos ele compreende a sua própria existência e o seu próprio desejo. A
exterioridade do espetáculo em relação ao homem que age aparece nisto, os seus próprios gestos já não são
seus, mas de um outro que Ihos apresenta. Eis porque o espectador não se sente em casa em parte alguma,
porque o espetáculo está em toda a parte.
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O trabalhador não produz para si próprio, ele produz para um poder independente. O sucesso desta produção, a
sua abundância, regressa ao produtor como abundância da despossessão. Todo o tempo e o espaço do seu
mundo se Ihe tornam estranhos com a acumulação dos seus produtos alienados. O espetáculo é o mapa deste
novo mundo, mapa que recobre exatamente o seu território. As próprias forças que nos escaparam
mostram-se-nos em todo o seu poderio.
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O espetáculo na sociedade representa concretamente uma fabrica de alienação. A expansão econômica é
principalmente a expansão da produção industrial. O crescimento econômico, que cresce para si mesmo, não é
outra coisa senão a alienação que constitui seu núcleo original.
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O homem alienado daquilo que produz, mesmo criando os detalhes do seu mundo, está separado dele. Quanto
mais sua vida se transforma em mercadoria, mais se separa dela.
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O espetáculo é o capital a um tal grau de acumulação que se toma imagem.
A Sociedade do Espetáculo | ||
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